Brites de Almeida preferia mais vagabundear e andar à pancada que ajudar os pais na taberna que possuíam em Faro e de donde estes tiravam o sustento diário para a família.
Aos vinte anos ficou órfã, vendeu os poucos bens que herdou e meteu-se ao caminho, andando de lugar em lugar e convivendo com todo o tipo de gente: vagabundos, ladrões, assassinos, o pior que existia na sociedade do tempo.
Aprendeu a manejar a espada e a vapular o pau com tal mestria que depressa alcançou fama de valente. Raros eram os homens que se atreviam cruzar armas com Brites.
Apesar da sua temível reputação houve um soldado que, encantado com as suas proezas, a procurou e:
- Brites, tu és uma mulher que um soldado, valente como eu, deseja para sua companhia.
- Tu não vales um real furado. Eu casar contigo e perder a minha independência, nem penses!
- Mas Brites, os tempos estão difíceis, uma mulher precisa da protecção de um soldado do melhor que se pode encontrar entre as tropas do Mestre de Avis.
- E tu achas que eu preciso de protecção, ou será o contrário?
- Tu ofendes-me, Brites !
- Ai sim ! Proponho-te uma condição para eu casar contigo.
- Sou todo ouvidos!
- Vamos lutar. Vamos lutar um contra o outro. A arma é o pau. Se venceres caso-me contigo.
- Aceito.
No terreiro frente à casa de Brites, o soldado tirou o libré, arregaçou as mangas da camisa, agarrou o pau com as duas mãos numa demonstração de sabedor da matéria. Brites tirou o avental para o lado, pegou num pau, mostrando que também sabia da arte de vapular.
O soldado avançou com o pau aos ziguezague aproximando-se de Brites. Esta mostrava-se impassível, aguardando com o pau em riste, numa atitude de defesa. O soldado ataca e bate com força no pau de Brites. Esta resiste, volteia e bate com força no pau do soldado que todo ele estremeceu.
De novo o soldado ataca, aplicando um golpe aprendido noutras lutas, mas Brites experimentada nesta arte, apara o golpe e num contra-ataque rápido e que demonstrava forte conhecimento da arte, aplica uma forte pancada na cabeça do soldado, que cai desamparado a sangrar.
O soldado avançou com o pau aos ziguezague aproximando-se de Brites. Esta mostrava-se impassível, aguardando com o pau em riste, numa atitude de defesa. O soldado ataca e bate com força no pau de Brites. Esta resiste, volteia e bate com força no pau do soldado que todo ele estremeceu.
De novo o soldado ataca, aplicando um golpe aprendido noutras lutas, mas Brites experimentada nesta arte, apara o golpe e num contra-ataque rápido e que demonstrava forte conhecimento da arte, aplica uma forte pancada na cabeça do soldado, que cai desamparado a sangrar.
As gentes que entretanto ouviram o barulho da luta, aproximaram-se e presenciaram Brites debruçada sobre o soldado, abanando-o.
- Levanta-te infeliz que ainda não acabamos.
- Brites, o soldado está morto.
- Tu mataste um soldado do rei. Tens que fugir se não vais presa - disse uma sua vizinha.
Atarantada, Brites pegou nos seus parcos pertences e meteu-se a caminho até à beira-mar, à procura do Peixoto um marinheiro seu conhecido.
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