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A situação de Brites não era muito confortável. Vivendo a tratar de camelos e como companheiros homens árabes que a tratavam como uma sua igual, não suspeitando que ela fosse mulher.
Os tempos eram difíceis, o sol era impiedoso, os animais cheiravam mal e havia pouca água para os lavar, somente um charco que servia de lavadouro. Pediu a um dos árabes que a ensinasse a montar a camelo. O árabe achou graça e deu-lhe umas lições de “Bem cavalgar a toda a sela...num camelo”.
Este interesse repentino foi porque na mente de Brites se passava alguma ideia. Entretanto apercebeu-se que daqueles quatro homens dois não tinham aspecto árabe, a fisionomia era de ocidental.
Certo dia, aproximou-se de um e disse-lhe:
- Pela minhas mãos de seis dedos que aposto que és castelhano?
- Castelhano? Português de Torres Vedras, homem do diabo.
- Eu sou de Faro. E aquele que está ali, também é nosso conterrâneo?
- É o Fernando também é de Torres Vedras.
- Estamos a légua e meia da costa, se vocês colaborarem, uma noite destas roubamos três camelos e fugimos.
A ideia foi bem aceite pelos três. E certa noite de lua cheia, Brites e os dois portugueses pela calada da noite, roubaram os camelos, saíram em desfilada das tendas do senhor árabe e rapidamente chegaram à costa.
A sorte foi tanta que avistaram um navio pirata que só tinha a guardá-lo dois piratas que Brites tratou de lhes cortar a garganta antes que eles avisassem os companheiros. O vento estava de feição, os companheiros sabiam da arte e desfraldaram as velas, Brites e os companheiros chegaram ao alto mar sem serem perseguidos.
Atravessaram o estreito de Gibraltar e quando dobravam o cabo de Sagres uma violenta tempestade atirou-os para mar alto. Andaram perdidos uns dias, sem água e comida e sem virem embarcação alguma.
Mas Deus protege os audazes e o navio apanhou uma corrente que os levou em direcção a terra para os lados da Ericeira. Quando se estavam a aproximar-se da terra, baixaram as velas, deitaram um pequeno bote a remos ao mar e assim sem grande alarido, desembarcaram na Ericeira.
Atravessaram o estreito de Gibraltar e quando dobravam o cabo de Sagres uma violenta tempestade atirou-os para mar alto. Andaram perdidos uns dias, sem água e comida e sem virem embarcação alguma.
Mas Deus protege os audazes e o navio apanhou uma corrente que os levou em direcção a terra para os lados da Ericeira. Quando se estavam a aproximar-se da terra, baixaram as velas, deitaram um pequeno bote a remos ao mar e assim sem grande alarido, desembarcaram na Ericeira.
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