...
Depois da batalha de Atoleiros que o Condestável venceu mas a batalha decisiva aconteceria em 14 de Agosto de 1385 nos campos de Aljubarrota, 7.000 guerreiros portugueses contra 30.000 castelhanos.
Estes sorriem do reduzido número de adversários, arrogância. Comandam as nossas tropas o Condestável D. Nuno Álvares Pereira e o Mestre de Avis (D.João I).
Deu sinal a trombeta Castelhana,
Horrendo, fero, ingente e temeroso;
Deu sinal a trombeta Castelhana,
Horrendo, fero, ingente e temeroso;
Ouviu-o o monte Artabro, e Guadiana
Atrás tornou as ondas de medroso;
Ouviu-o o Douro e a terra Transtagana;
Correu ao mar o Tejo duvidoso;
E as mães, que o som terríbil escutaram,
Aos peitos os filhinhos apertaram.
“Começa-se a travar a incerta guerra;
De ambas partes se move a primeira ala;
Uns leva a defensão da própria terra,
Outros as esperanças de ganhá-la;
Logo o grande Pereira, em quem se encerra
Todo o valor, primeiro se assinala:
Derriba, e encontra, e a terra enfim semeia
Dos que a tanto desejam, sendo alheia.
“Começa-se a travar a incerta guerra;
De ambas partes se move a primeira ala;
Uns leva a defensão da própria terra,
Outros as esperanças de ganhá-la;
Logo o grande Pereira, em quem se encerra
Todo o valor, primeiro se assinala:
Derriba, e encontra, e a terra enfim semeia
Dos que a tanto desejam, sendo alheia.
Lusíadas canto IV
Mas a técnica do quadrado foi apurada e, apesar da desproporção numérica, os castelhanos são outra vez são derrotados, gritos, relinchos dos cavalos, desespero dos castelhanos que vão debandando o campo de batalha.
Brites de Almeida, ouve o fragor da batalha e não se aguenta, não conseguiu resistir ao apelo da sua natureza, o antigamente vem à tona.
À frente de um grupo de mulheres corre para o campo da peleja, recolhe a espada de um moribundo e trata de juntar-se à tropa portuguesa e à arraia-miúda que perseguem os fugitivos.
- Quem manda em Portugal são os portugueses, quero lá saber de Leonor Teles, essa cadela vadia, e de sua filha Beatriz parida dessa cadela vadia! – Disse Brites de Almeida.
Desgrenhada, esfarrapada, ensanguentada, chega ao anoitecer a casa. Estranha que a porta do forno da padaria esteja fechada quando tem a certeza que a deixara aberta.
Trata de reabri-la e dentro do forno vê sete soldados castelhanos que fingem dormir. Agarra na pá de ferro e começa a arrear porrada valente em todos eles.
Gritando de dor, vão todos saindo, um a um. É quanto basta para que, dando um golpe na nuca de cada qual, todos eles tombem mortos.
Ao fazer 40 anos, casou-se com um lavrador rico que muito a admirava, e nunca mais se ouviu falar de Brites de Almeida, desconhecendo-se a data da sua morte, mas a Padeira de Aljubarrota faz parte, sem dúvida, da História de Portugal.
Sem comentários:
Enviar um comentário